A Polícia Federal apreendeu hoje, 28, mais de R$ 2,4 milhões em dinheiro vivo na casa de um ex-Secretário da Prefeitura de Três Lagoas. A informação foi confirmada pela Polícia Federal em coletiva de imprensa realizada hoje, em Três Lagoas e em Campo Grande.
A apreensão foi parte da Operação Atalhos, que investiga fraudes em processos licitatórios para contratação de transporte escolar no período de 2015 e 2017.
Entre os alvos da Operação estão a ex-Prefeita Marcia Moura e o ex-Secretário de Educação, Mário Grespan.
A ex-Prefeita foi ouvida na casa dela. Segundo a Polícia Federal, o dinheiro foi encontrado na casa de um ex-Secretário, mas não foi divulgado o nome. Também foram realizadas buscas na Secretaria de Educação da cidade. O valor apreendido somou R$ 2.418.404,60 e não cerca de R$ 4 milhões como havia sido divulgado anteriormente.
Outros endereços visitados foram um escritório de contabilidade, Satélite 2, e uma empresa de transporte de passageiros, Crisptur.
A Operação envolveu aproximadamente 90 policiais federais e 7 servidores da Controladoria Geral da União e cumpriu 21 mandados busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Naviraí e Três Lagoas, além de municípios de Luís Antônio e Americana, no Estado de São Paulo. Também foram intimados a comparecer às Delegacias de Polícia Federal no Mato Grosso do Sul e em São Paulo 13 investigados para prestar esclarecimentos.
SOBRE A OPERAÇÃO
As investigações demonstraram ilegalidades em três procedimentos licitatórios relacionados ao transporte escolar, com recursos federais oriundos do Programa Nacional de Transporte Escolar (PNATE). Foram identificados agentes públicos, empresários e particulares que participaram do direcionamento dos certames para que estes fossem vencidos por empresas pré-estabelecidas, sendo objeto da investigação a identificação de cada responsável pelas atividades delitivas.
Os procedimentos licitatórios e os contratos de prestação de serviços decorrentes daqueles certames fraudados se referem aos anos de 2015 a 2017. As licitações e contratos públicos sob investigação alcançaram cerca de R$ 12 milhões, sendo que até o momento já foi identificado sobrepreço contratual de aproximadamente R$ 1,6 milhão, em razão dos direcionamentos.
A operação recebeu o nome de "Atalhos" em alusão a um caminho mais curto, porém igualmente ilegal, entre o objeto da licitação, a prestação de serviços de transporte escolar e as fraudes praticadas pelos investigados para burlar os processos e superfaturar os contratos com a Prefeitura.
Fonte: PERFIL NEWS