Avião da FAB com ajuda huminatária à Venezuela já está em Boa Vista
O avião da Força Aérea Brasileira transportando ajuda humanitária à Venezuela, que decolou na manhã de hoje (22) da Base Aérea de Brasília, pousou há pouco em Boa Vista, capital do estado de Roraima. A aeronave transporta 23 toneladas de leite em pó e 500 kits de primeiros socorros.
O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse nessa quinta-feira (21), em entrevista á imprensa, no Palácio do Planalto, que o Brasil manterá o planejamento de ajuda humanitária à Venezuela, mesmo após o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciar o fechamento da fronteira. Segundo o porta-voz, a estimativa é fazer chegar à região fronteiriça alimentos e remédios neste sábado (23).
“O planejamento da parte do governo brasileiro permanece o mesmo, estando em condições, a partir do dia 23, sábado, para prover os irmãos venezuelanos dentro do território venezuelano se houver a disponibilidade de meios e motoristas por parte dos venezuelanos liderados pelo Guaidó (Juan Guaidó, presidente interino)”, disse Rêgo Barros.
Segundo o porta-voz, a disposição do Brasil aguarda a chegada dos caminhões vindos da Venezuela, conduzidos por venezuelanos, mesmo que isso demore mais que o previsto.
Rêgo Barros disse que não há risco dos alimentos e remédios estragarem em depósitos de Boa Vista, em Roraima, à espera da abertura da fronteira. “O tempo dos medicamentos e alimentos que estamos levando tem um prazo de validade bastante alongado. Dois, três meses [estocados] não nos preocupa.”
Governador: há riscos de prejuízos e falta de combustíveis em Roraima
Com a fronteira fechada após a decisão do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o agronegócio e abastecimento de energia e combustíveis na região Roraima deve ser prejudicado, alertou hoje (21) o governador do estado, Antonio Denarium. Segundo ele, o estado depende da compra de energia elétrica do país vizinho porque não está interligado ao sistema elétrico nacional.
"Nós somos importadores de fertilizantes e de calcário da Venezuela e pode atrapalhar abastecimento para nosso próximo plantio, que se inicia nos meses de maio e junho. Roraima é um exportador de alimentos para a Venezuela. Isso também pode comprometer o faturamento das empresas até o fechamento de algumas empresas", afirmou.
De acordo com o governador, a confirmação do fechamento da fronteira também poderá causar o desbastamento de combustíveis nos município de Pacaraima, cidade mais próximas do país vizinho.
Em Pacaraima, não há postos de combustíveis, e a população atravessa a fronteira para comprar gasolina. "A gasolina na Venezuela é muito mais barata. O valor é irrisório, em torno de R$ 0,10 (litro). Se por acaso for fechada a fronteira, Pacaraima pode ter problema de abastecimento de combustível", disse Denarium esteve hoje (21) no Supremo Tribunal Federal (STF) para tratar de ações do interesse do estado e conversou com a imprensa ao final de uma audiência.
Incertezas
O fechamento da fronteira também cria dúvidas sobre a continuidade do fornecimento de energia. Segundo o governador, Roraima recebe energia elétrica do país vizinho por não fazer parte do sistema nacional de transmissão. Segundo ele, o governo federal gasta cerca de R$ 1 bilhão por ano para gerar energia por meio de usinas termelétricas.
Em uma medida para evitar possível corte de fornecimento pelo governo de Nicolás Maduro, Antônio Denaruim informou que pediu ao governo federal a contratação de energia extra para evitar um possível desabastecimento.
"Hoje Roraima é o único estado do Brasil que não está interligado ao sistema nacional de energia elétrica. 50% da nossa energia vem da Venezuela, outros 50% é movido por termoelétrica, à óleo diesel. Nós não temos energia suficiente para abastecer Roraima sem energia da Venezuela. Se houver um corte, vai ter racionamento de energia", disse.
Colômbia monta estrutura para garantir ajuda humanitária à Venezuela
Em meio ao acirramento da crise da Venezuela com o fechamento da fronteira com o Brasil, o governo da Colômbia informou hoje (21) que fará chegar à população venezuelana a ajuda humanitária doada por vários países e entidades. O ministro das Relações Exteriores, Carlos Holmes Trujillo, disse que há uma estrutura logística para assegurar que as doações sejam entregues.
O chanceler afirmou que representantes do presidente interino, Juan Guaidó, vão se encarregar de receber a ajuda humanitária. A região de fronteira vai ser utilizada como ponte. Segundo ele, no sábado (23), quando está marcada a entrega, a prioridade será a distribuição dos donativos.
Trujillo disse que a Migração Colômbia restringirá a passagem em pontes para pedestres para permitir que, ao longo do dia sábado, seja usado como prioridade para o exercício da transferência de ajuda humanitária para a Venezuela. De acordo com ele, as Forças Armadas vão garanti a segurança.
As informações são do Ministério das Relações Exteriores da Colômbia.
Caravana que prepara ajuda humanitária é atacada na Venezuela
Deputados venezuelanos, que integram a caravana que segue para a fronteira da Venezuela com a Colômbia, denunciam nas redes sociais que os ônibus nos quais estão foram alvos de ataques durante a madrugada de hoje (22). Imagens mostram vidros quebrados e estilhaços.
As imagens e os relatos estão nas redes sociais do presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, e da Assembleia Nacional Constituinte do país.
“Não vão nos impedir que chegue a ajuda humanitária”, afirmou a deputada Mariela Magallanes em um vídeo postado nas redes sociais. “Não querem deixar entrar ajuda humanitária, então vamos caminhando, atravessando o Túnel de La Cabrera [fronteira com a Colômbia}”, acrescentou a deputada Delza Solozano também em vídeo.
A Assembleia Nacional Constituinte é formada majoritariamente por parlamentares oposicionistas ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro. Em seus discursos, ele diz que o Parlamento é ilegítimo. Porém, todos os parlamentares foram eleitos.
Chanceler vai à Colômbia para apoiar ajuda humanitária à Venezuela
O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, viaja hoje (22) para Cúcuta, na Colômbia, fronteira com a Venezuela, para participar da cerimônia que formaliza do início da ajuda humanitária para os venezuelanos. A solenidade é organizada pelo presidente da Colômbia, Iván Duque, que coordenará na segunda-feira (25) reunião do Grupo de Lima.
“Seguindo determinação do presidente Bolsonaro, viajarei amanhã a Cúcuta, Colômbia, fronteira com a Venezuela, para participar de evento em torno da ajuda humanitária ao povo venezuelano, organizado pelo Presidente Iván Duque, com a presença de autoridades de outros países da região”, afirmou Araújo na sua conta pessoal no Twitter.
O chanceler afirmou que amanhã (23) estará em Roraima. A capital, Boa Vista, e Pacaraima terão centros de distribuição dos donativos para os venezuelanos. “Estarei em Roraima para acompanhar a ajuda humanitária colocada à disposição do povo venezuelano pelo Brasil em cooperação com os Estados Unidos”, disse.
Mourão vai à Colômbia para discutir crise na Venezuela
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, irá para Colômbia na próxima segunda-feira (25) representar o Brasil no Grupo de Lima (que reúne 14 países), em um encontro em Bogotá, comandado pelo presidente colombiano, Iván Duque, e no qual estará presente também o vice-presidente norte-americano, Mike Pence.
Mourão confirmou sua presença na reunião em mensagem postada na conta pessoal no Twitter. Segundo ele, foi designado pelo presidente Jair Bolsonaro para participar da reunião em Bogotá, capital da Colômbia. O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, confirmou que o ministro das Relações Exteriores, Eenesto Araújo, participará do encontro no dia 25.
“Por determinação do presidente @jairbolsonaro estarei na segunda-feira, 25, em Bogotá, na Colômbia, para representar o Brasil na reunião do Grupo de Lima. Discutiremos os desdobramentos da crise na Venezuela, que fechou sua fronteirahoje com nosso país.”
A reunião ocorre poucos dias depois de o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciar o fechamento da fronteira com o Brasil, previsto para ocorrer na noite de hoje (21).
Com a fronteira fechada, aumenta a dificuldade para o repasse de ajuda humanitária, organizada pelo Brasil, que instalou duas centrais de distribuição em Boa Vista e Pacaraima, em Roraima. No entanto, o governador de Roraima, Antonio Denarium, afirmou hoje à Agência Brasil, que busca alternativas para garantir que medicamentos e alimentos cheguem aos venezuelanos.
A crise humanitária e o agravamento da situação política e econômica na Venezuela levaram o Brasil e 11 dos 14 países que integram o Grupo de Lima a reconhecer como presidente interino, Juan Guaidó, considerado o governante legítimo.
Fonte: AGÊNCIA BRASIL